segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Violência doméstica e suas várias formas de manifestação!

Muito se tem falado de que o Brasil é um país pacífico, de como as pessoas são cordiais...mas, quando lemos nos jornais e através de instituições que estudam e fazem diagnósticos acerca da violência, percebe-se que esta realidade é bem diferente!


Logo abaixo segue uma matéria do DN, que reflete bem essa realidade, voltada, desta feita, para à violência contra a mulher...


Nesse sentido, enfatiza-se que se deu mais ênfase a esse tipo de violência,  havendo um maior esclarecimento, em virtude da aprovação da Lei Federal nº 11.340, conhecida popularmente por Lei Maria da Penha:


Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.(BRASIL, 2006).


Vejam o que apontam os dados e quais são a novas políticas e ações sociais que permeiam esse tipo particular de violência.




A Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 registrou 530.542 ligações até outubro deste ano. Ao todo, foram contabilizados 58.512 relatos de violência - 35.891 de violência física; 14.015 de violência psicológica; 6.369 de violência moral; 959 de violência patrimonial; 1.014 de violência sexual; 264 de cárcere privado; e 31 de tráfico de mulheres.


Daniel Ferreira/CB/D.A Press
Um dos dados que mais chama a atenção, de acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, é o que mostra que a violência moral e a violência psicológica, juntas, representam 34,9% do total de ligações. O balanço revela ainda que a maior parte das mulheres que entrou em contato com o Ligue 180 e que é vítima de violência tem entre 20 e 40 anos, ensino fundamental completo ou incompleto e convive com o agressor há pelo menos dez anos. Ao todo, 82% das denúncias são feitas pela própria vítima.

Ainda segundo o levantamento, 44% das mulheres que entraram em contato com o serviço declararam não depender financeiramente do agressor e 74% dos crimes são cometidos por homens com quem as vítimas têm vínculos afetivos/sexuais (companheiro, cônjuge ou namorado). Em números absolutos, o estado de São Paulo lidera o ranking nacional com 77.189 atendimentos, seguido pela Bahia (53.850) e pelo Rio de Janeiro (44.345).

Quando considerada a quantidade de atendimentos relativa à população feminina por estado, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com 792,6 atendimentos para cada 100 mil mulheres, seguido pelo Pará (767,3) e pela Bahia (754,4). Entre abril de 2006 e outubro deste ano, o Ligue 180 registrou 2.188.836 atendimentos. Desde janeiro de 2007, quando o sistema foi adaptado para receber demandas sobre a Lei Maria da Penha, a busca por esse tipo de serviço totalizou 438.587 ligações. De acordo com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, a Central de Atendimento à Mulher é um serviço de utilidade pública de emergência, gratuito e confidencial, que funciona 24 horas todos os dias da semana - inclusive finais de semana e feriados. 


Fonte: http://www.diariodenatal.com.br/2011/11/26/brasil1_0.php

Logo abaixo um vídeo, como de praxe, que remete à questão!!!!

Boas reflexões, bons comentários and have a nice week!!!



Continuamos indicando as teorias acerca da temática de Pierre Bourdieu (já citado, nas postagens anteriores) e acrescentamos:

SOUZA, Jessé. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política moderna e periférica.UFMG, Rio de Janeiro; UPERJ, 2003.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Retomando a banalização da Educação brasileira!

Antecipadamente agradeço o e-mail, que gerou esta postagem, o qual nos foi enviado pelo policial e educador, Sairo Rogério, TC- PMRN.




Quando falamos em violência, não estamos apenas tratando daquela visível e física, mas todas àquelas que prejudicam a sociedade, de uma forma geral. (Palavras de Bourdieu! Ou seja, a violência simbólica, pois, nesse aspecto, faz transparecer à população brasileira que o nível de escolarização vem aumentando).

Nessa mesma perspectiva, nos perguntamos: será?! E a que preço!?

Ou sob outro prisma! Será que não está se inserindo aí a comercialização da Educação, banalizando-se o ensino, em todas as esferas e, sobretudo, a Educação superior, com a criação de inúmeros curso de graduação, totalmente sem critério, e sem citar os de pós-graduação, os ditos Master business in administration, o famigerado MBA, que dista, significativamente, daqueles oferecidos em outros países, os quais, inclusive, são stricto sensu, e não lato sensu, como os oferecidos no Brasil.


Alargando um pouco mais a discussão, enfatiza-se que atualmente ocorre um fluxo inverso na busca pela formação "acadêmica".


Dados do IBGE, IDEP, Instituto Anísio Teixeira, entre outros apontam que ocorre uma "elitização"  da universidade pública, onde nos principais cursos, só conseguem entrar os estudantes oriundos dos melhores colégios privados, e que, nas universidades e faculdades privadas, ingressam os egressos das escolas públicas, que não conseguiram passar no vestibular,  inclusive, pagando uma parcela significativa dos seus salários para adquirir o seu tão sonhado "canudo". 


Nesse aspecto, é interessante frisar, também que os últimos programas do governo federal têm possibilitado esse acesso. Mas, fica a indagação: não seria mais razoável investir no ensino público, em todas as suas esferas, a fazer investimentos robustos no ensino privado!!???


Abaixo segue um dado importante sobre a temática.


Em um universo de 1.210 cursos de Direito existentes no Brasil atualmente, apenas 90 cursos, ou 7,4%, acabaram sendo recomendados pelo Selo OAB para atestar a ensino jurídico satisfatório. O anúncio foi feito, nesta quarta-feira (23/11), durante do lançamento do Selo OAB na XXI Conferência Nacional dos Advogados, que acontece em Curitiba.
Do total de cursos de Direito do país, 791 foram avaliados depois de preencherem os pré-requisitos de ter participado dos três últimos Exame de Ordem unificados, sendo que cada um precisou ter, no mínimo, 20 alunos participando de cada Exame. Em seguida, para apurar os 90 cursos de qualidade recomendada, a Comissão Especial, integrada por advogados, que são professores e especialistas em educação jurídica, utilizou como instrumentos de avaliação uma ponderação dos índices obtidos por eles em aprovação nos Exames de Ordem (2010.2, 2010.3 e 2011.1) e no conceito obtido no último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), em 2009.
Dentre as 27 unidades da Federação que tiveram seus cursos de Direito avaliados, dois Estados não tiveram nenhum recomendado: Acre e Mato Grosso.
No Rio Grande do Norte, apenas a UFRN, a UERN e a FARN obtiveram o Selo OAB, sendo reconhecidas como instituições com ensino jurídico satisfatório.

Para saber mais sobre violência simbólica leia:
BOURDIEU, Pierre. Uma sociologia reflexiva. In. O poder simbólico. Rio de janeiro: Bertrand do Brasil, 1989.

Logo a seguir veja um vídeo do Martinho da Vila, que retrata a saga do trabalhador brasileiro à busca de uma formação universitária: "O pequeno burguês". 


Vale apena conferir! 






segunda-feira, 21 de novembro de 2011

20 de novembro, dia da Consciência Negra!!!

Excetuando-se os programas que foram exibidos na TVE (em algumas capitais, TVU), nada foi falado acerca do dia da Consciência Negra!

Nesse aspecto, consideramos uma grave violência contra a Cultura Brasileira, pois ao passo que não evidenciamos, na mesma proporção relegamos nossa História e nossas tradições ao esquecimento. Mas, certamente muito da cultura de outros povos foi exaltado nesse dia, especialmente através da cultura globalizante, que nos é empurrado de garganta abaixo, através dos aparelhos midiáticos, que só visam o capital e a "embecilização" da sociedade!

Como diria Arnaldo Antunes: "A televisão me deixou burro de mais!...

A sociedade brasileira, urgentemente precisa revitalizar os seus valores!

Em nível local, tivemos a V caminhada histórica de Natal (divulgada aqui neste espaço). Quase não houve divulgação e participação no dia foi baixíssima. Pouco mais de mil pessoas compareceram ao evento. Lamentamos!!!

Mas, o Carnatal vem aí. Uma enormidade de dinheiro que as pessoas gastam  (que inclusive utiliza a estrutura pública em prol de um evento, eminentemente, particular) para participarem dessa festa dita popular, mas é, por excelência, excludente, e que em momento algum privilegia a cultura e os artistas locais...

Logo abaixo segue uma belíssima postagem sobre Zumbi e a Consciência Negra, a qual nós rendemos nosso respeito e exaltação!




Zumbi líder do quilombo dos Palmares
Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
Amélia Hamze 
Profª da FEB/CETEC
ISEB/FISO-Barretos
ahamze@uol.com.br

http://www.brasilescola.com/sociologia/dia-consciencia-negra-heroi-chamado-zumbi.htm, este é o endereço eletrônico da postagem original.

Como de praxe, sempre postamos também um vídeo fazendo referência ao assunto em comento. Desta 
feita, gostaríamos de postar "Kizomba, Festa da Raça, 100 anos de Liberdade, Religião ou Ilusão/ Lenda Carioca os Sonhos do Vice-Rei", (por, Emílio Santiago), mas infelizmente não encontramos o vídeo disponível on line.

No entanto, o que segue abaixo também tem relevância significativa na História e na Consciência Negra, no Brasil e, que infelizmente, poucos conhecem, e a própria Marinha do Brasil, não fala acerca desse evento: A revolta da chibata, que teve como o principal líder, João Cândido, "O almirante Negro".

Na voz de João Bosco, em homenagem a Zumbi e a João Candido!!!




Para saber mais leia: PASSOS, Eridan Maria Veloso de. João Cândio: o herói da ralé. 1ª edição. São Paulo: Expressão popular, 2008, 104 p.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dica cultural!!!!!! (5ª Caminha Histórica de Natal)



Caminhada Histórica de Natal incentiva o turismo cultural

A Caminhada  Histórica do Natal será realizada no dia 19 de novembro a partir das 15h. A previsão é que o evento receba uma média de cinco mil pessoas q2ue irão da praça André de Albuquerque em caminhada pelo Centro Histórico da cidade. Essa é uma oportunidade de observar de forma diferente monumentos da cidade, como o Memorial Câmara Cascudo, o Solar Bela Vista, a Capitania das Artes, o Palácio da Cultura, entre outros, passando a reconhecê-los como a verdadeira memória da cultura potiguar. Ao final, haverá show dos artistas potiguares Romildo Soares e Sâmya Rafaela, no Largo da Rua Chile.

Para participar os interessados devem doar dois quilos de alimentos não perecíveis, que serão doados a Casa do Bem e a Humanização e Apoio ao Transplantado de Medula Óssea do RN - HATMO-RN, em troca da camiseta do evento. As trocas já estão disponíveis na sede da Viva Promoções, no Cidade jardim, e no Extra do Midway.

A Caminhada Histórica do Natal conta com o incentivo da Lei Câmara Cascudo, realizado pela Viva Promoções com o apoio da Petrobras-Governo Federal, Governo do Estado, Prefeitura do Natal, Inter TV Cabugi, Sebrae e Shopping Cidade Jardim.


Je vous embrasse et un bon weekend!!!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Estado querendo fazer a sua parte na Rocinha!!!

Há tempos que falamos em um Estado ausente e que nas comunidades carentes há "um estado paralelo", sobretudo nas megalópoles brasileiras...


Mas, parece que isso vai mudar, ou é apenas mais uma operação hollywoodiana, para inglês ver!!!


Esperamos que não!! Pelos nossos irmãos que, infelizmente, e pela total falta de oportunidade residem em locais onde o crime, na maioria da vezes, é a única fonte de renda, quer seja pela ação o pela omissão do Estado...


Logo abaixo seguem fotos com um trecho da reportagem da Folha de São Paulo...


Após a ocupação policial na comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio, no domingo (13), o clima na favela e em seu entorno foi de aparente tranquilidade nesta segunda-feira[...]



INVESTIMENTOS
O governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou nesta segunda que R$ 100 milhões serão investidos em obras de melhorias na comunidade nos próximos três meses. De acordo com o secretário estadual de Assistência Social, Rodrigo Neves, os investimentos serão feitos em urbanização, plano inclinado com elevador, parque ecológico, creche e biblioteca[...]

Vamos pagar para ver!!!!!









Para ver a reportagem completa é só seguir o link: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1006671-rocinha-vive-clima-de-tranquilidade-um-dia-apos-ocupacao.shtml

No mais é só assistir o vídeo do Pensador:

Have a nice holiday!!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Retomando o assunto das drogas no Brasil!!!

Ao mesmo tempo que os saúdo, meu Caríssimos (as), pedimos nossas escusas pela ausência de mais de quatro dias sem nenhuma postagens, visto que nosso intuito é pelo menos três papers semanais, mas que infelizmente os ossos do ofício policial militar, muitas vezes nos impede de maiores vôos na seara particular....Mas deixemos de desculpas e voltemos ao ponto!!!

Como o próprio título chama a atenção, certamente, em virtude da polêmica da temática, esta será recorrente nas discussões.
Desta feita, o que traremos à baila (balha, como desejarem) são algumas considerações acerca da canabis sativa, popularmente conhecida como maconha.

Esclarecemos que não há qualquer objetivo de fazer ou deixa de fazer apologia a citada substância, mas tão somente tentar esclarecer alguns tabus que cercam, por ignorância e preconceito sobre a mesma.

Ao mesmo tempo que, em outra vertente, enfatiza-se que drogas como o tabaco e o álcool  (legais) são tão nocivas, físico-psico e socialmente que àquela e, ainda o mercado lucrativo e violento da droga ilegal.

Conforme matéria da revista Superinteressante, famosa por seu caráter de investigação científica,

"No Brasil, a planta chegou cedo, talvez ainda no século XVI, trazida pelos escravos (o nome “maconha” vem do idioma quimbundo, de Angola. Mas, até o século XIX, era mais usual chamar a erva de fumo-de-angola ou de diamba, nome também quimbundo). Por séculos, a droga foi tolerada no país, provavelmente fumada em rituais de candomblé (teria sido o presidente Getúlio Vargas que negociou a retirada da maconha dos terreiros, em troca da legalização da religião). Em 1830, o Brasil fez sua primeira lei restringindo a planta. A Câmara Municipal do Rio de Janeiro tornou ilegal a venda e o uso da droga na cidade e determinou que “os contraventores serão multados, a saber: o vendedor em 20 000 réis, e os escravos e demais pessoas, que dele usarem, em três dias de cadeia.” Note que, naquela primeira lei proibicionista, a pena para o uso era mais rigorosa que a do traficante. Há uma razão para isso. Ao contrário do que acontece hoje, o vendedor vinha da classe média branca e o usuário era quase sempre negro e escravo".

O que a proibição do álcool tem haver com a popularização da maconha!



Ainda conforme a SUPER " Em 1920, sob pressão de grupos religiosos protestantes, os Estados Unidos decretaram a proibição da produção e da comercialização de bebidas alcoólicas. Era a Lei Seca, que durou até 1933. Foi aí que Henry Anslinger surgiu na vida pública americana – reprimindo o tráfico de rum que vinha das Bahamas. Foi aí, também, que a maconha entrou na vida de muita gente – e não só dos mexicanos. “A proibição do álcool foi o estopim para o ‘boom’ da maconha”, afirma o historiador inglês Richard Davenport-Hines, especialista na história dos narcóticos, em seu livro The Pursuit of Oblivion (A busca do esquecimento, ainda sem versão para o Brasil). “Na medida em que ficou mais difícil obter bebidas alcoólicas e elas ficaram mais caras e piores, pequenos cafés que vendiam maconha começaram a proliferar”, escreveu.
Anslinger foi promovido a chefe da Divisão de Controle Estrangeiro do Comitê de Proibição e sua tarefa era cuidar do contrabando de bebidas. Foi nessa época que ele percebeu o clima de antipatia contra a maconha que tomava a nação. Clima esse que só piorou com a quebra da Bolsa, em 1929, que afundou a nação numa recessão. No sul do país, corria o boato de que a droga dava força sobre-humana aos mexicanos, o que seria uma vantagem injusta na disputa pelos escassos empregos. A isso se somavam insinuações de que a droga induzia ao sexo promíscuo (muitos mexicanos talvez tivessem mais parceiros que um americano puritano médio, mas isso não tem nada a ver com a maconha) e ao crime (com a crise, a criminalidade aumentou entre os mexicanos pobres, mas a maconha é inocente disso). Baseados nesses boatos, vários Estados começaram a proibir a substância. Nessa época, a maconha virou a droga de escolha dos músicos de jazz, que afirmavam ficar mais criativos depois de fumar.
Anslinger agarrou-se firme à bandeira proibicionista, batalhou para divulgar os mitos antimaconha e, em 1930, quando o governo, preocupado com a cocaína e o ópio, criou o FBN (Federal Bureau of Narcotics, um escritório nos moldes do FBI para lidar com drogas), ele articulou para chefiá-lo. De repente, de um cargo burocrático obscuro, Anslinger passou a ser o responsável pela política de drogas do país. E quanto mais substâncias fossem proibidas, mais poder ele teria".

O que se intenta esclarecer, ou pelo menos, tornar mais visível à população, em geral, é que esse é um mercado lucrativo, mas que muitos, principalmente, àqueles oriundos da população menos abastarda, são os únicos marginalizados quando "trabalham" vendendo ou possibilitando tal comércio e, em segunda instância, quando são mortos ou  matam, para fazer funcionar essa "indústria que enriquece outros setores da sociedade!!!!

Nas próximas postagens traremos um pouco sobre o que a Ciência já descobriu sobre a canabis sativa.

A matéria completa pode ser acessada neste link:  http://super.abril.com.br/ciencia/verdade-maconha-443276.shtml

Dicas de documentários (livro e vídeo):
Falcão menos do tráfico; e
Mulheres do tráfico.

Autores: MVBill et al.



Para saber mais

Na livraria
O Grande Livro da Cannabis, Rowan Robinson, Jorge Zahar, 1999
A Maconha, Fernando Gabeira, Publifolha, 2000
Science of Marijuana, Leslie L. Iversen, Oxford, Ingleterra, 2000
The Pursuit of Oblivion: A Global History of Narcotics 1500-200, Richard Davenport-Hines, Weidenfeld & Nicolson, Ingleterra, 2001
Diamba Sarabamba, Anthony Henman e Osvaldo Pessoa Jr. (organizações), Ground, 1986

Plantas de los Dioses, Richard Evans Schultes e Albert Hofmann, Fondo de Cultura Económica, México, 1982
The Emperor Wears no Clothes, Jack Herer, Green Planet Company, Inglaterra, 1994
Green Gold the Tree of Life, Chris Bennett, Lynn e Osbum, Judy Osbum, Access, EUA, 1995
Amores e Sonhos da Flora, Henrrique Carneiro, Xamã, 2002

domingo, 6 de novembro de 2011

Sistema penitenciário (parte III)

Como havíamos falado, certamente voltaríamos a essa problemática...

Contrariamente ao que acontece no estado do RN, algumas unidades federativas despontam com medidas, que à primeira vista, dão pistas de que parecem não ser apenas paliativas.

Nessa perspectiva, a construção de presídios que difiram da maioria dos que existem atualmente, ou seja, meros depósitos de seres humanos tratados pior do que animais, são uma luz no fim do túnel.

Logo abaixo temos um vídeo do Ministro da Justiça, que visitou um desses estabelecimentos, recém-construídos que são higienizados, evitam contato com agentes penitenciários, bem como proporcionam um maior possibilidade de (re)inserção social.


Em alguns países, determinados estabelecimentos prisionais são administrados pela iniciativa privada. No Brasil, algumas experiências começam a acontecer:

O estado do Paraná é o pioneiro em matéria de gestão compartilhada em estabelecimentos prisonais. A Primeira Penitenciária Industrial do País, destinada a presos condenados do sexo masculino, em regime fechado, foi inaugurada em 12 de novembro de 1999, está localizada no Município de Guarapuava, distante 265 km de Curitiba e tem capacidade para abrigar até 240 presos. A Penitenciária Industrial de Guarapuava foi construída com recursos dos Governos Federal e Estadual. O custo total incluindo projeto, obra e circuito de TV foi no valor de R$5.323.360,00, sendo 80% provenientes de Convênio com o Ministério da Justiça e 20% do Estado do Paraná.


Para ver esse paper completo siga o link: http://jus.com.br/revista/texto/13521/as-parcerias-publico-privadas-no-sistema-penitenciario-brasileiro


Como assevera Zaverucha, a (in)segurança pública no país interessa a muitos... Mas, nessa perspectiva, talvez supra a ausência do Estado e consiga a tão sonhada (re)socialização daqueles que, na maioria das vezes, foram cooptados pelo crime sem quase nenhuma possibilidade de escolha.

Certamente voltaremos à questão!!!

Je vous embrasse!!!


ZAVERUCHA, Jorge; NASCIMENTO, Armando Luís do; OLIVEIRA, Adriano. (In) Segurança pública e ordem social. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2007.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Proposta do Governo aos militares estaduais

Governo entrega proposta para subsídio da PM e CBMRN

Por Assecom RN
O Governo do Estado apresentou, no final da tarde desta terça-feira (1), a proposta de implantação do subsídio para policiais e bombeiros militares, que deverá começar a ser pago a partir de julho de 2012, caso seja possível cumprir o limite da despesa de pessoal, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal. A reunião aconteceu no gabinete do secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social, Aldair da Rocha, que ressaltou o empenho do Governo do Estado em promover melhorias aos servidores. "Todos saem ganhando com o acordo aqui firmado", disse.
Para ler a matéria completa siga o link: http://www.rn.gov.br/imprensa/noticias/governo-entrega-proposta-para-subsidio-da-pm-e-cbmrn/8951/ , p[agina oficial do governo estadual.