domingo, 29 de abril de 2012

O mundo encantado do ECA II


Cidades
Edição de domingo, 29 de abril de 2012 
Pior do que cadeia
Espaço que deveria servir para a ressocialização de adolescentes não cumpre papel e confina internos
Paulo de Sousa
jpaulosousa.rn@dabr.com.br 


Diretor do Ceduc Pitimbu, José Alberto Fonseca, admite que a estrutura é deficitária para desenvolver qualquer tipo de atividade de ressocialização . foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Adolescentes do sexo masculino com idade média entre 12 a 17 anos da Grande Natal que cometem infrações graves como assalto, homicídio, ou latrocínio (roubo seguido de morte), ou mesmo aqueles que são reincidentes em delitos menores, costumam ser internados no Centro Educacional (Ceduc) Pitimbu, em Parnamirim. A intenção é que eles venham a cumprir medida socioeducativa, com direito a aulas, atividades esportivas e mesmo cursos profissionalizantes, proporcionando sua ressocialização. Mas a situação atual da unidade é bem distante disso. Para a juíza da Vara da Infância e da Juventude de Parnamirim, Ilná Rosado Motta, o Ceduc Pitimbu "é pior do que muitas cadeias".

A equipe de O Poti/Diário de Natal acompanhou a visita da juíza Ilná Rosado na última quinta-feira ao Ceduc Pitimbu com o intuito de conferir o andamento das obras de reforma que ela havia determinado judicialmente. Nessa vistoria foi possível verificar que, por causa do atual momento de insegurança da unidade socioeducativa, apenas os núcleos de internamento estão em pleno funcionamento. A própria magistrada constatou que nenhuma atividade estava sendo desenvolvida no Centro Educacional e que os internos estavam em permanente confinamento nas celas. Inclusive, ela ressalta que na rebelião ocorrida no local no último dia 16, os jovens danificaram as grades de várias celas e que o constante confinamento tem gerado um clima de tensão entre os adolescentes. Atualmente existem 33 jovens internados na unidade, que apresenta 13 núcleos de internamento (pavilhões), sendo oito ativos.

Ilná Rosado destaca ainda que já atuou como titular de outras comarcas no Rio Grande do Norte onde existem cadeias públicas e presídios e também tem trabalhado em correições de algumas unidades prisionais do estado pelo Tribunal de Justiça do RN (TJRN). "Eu conheço de perto a situação das cadeias de Caraúbas e de Pau dos Ferros, bem como do Presídio Estadual de Caicó. Em questão de estrutura e de segurança, o Ceduc Pitimbu é muito piorque essas unidades prisionais". A própria magistrada determinou a interdição parcial da unidade devido a relatórios feitos pela Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária do Estado (Suvisa), Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar e entregues a ela que apontam problemas estruturais, de segurança e de alimentação graves.

Garantias previstas em lei são descumpridas

Ainda de acordo com a juíza, a unidade apresenta outras falhas que vão de encontro à nova lei que regulamenta o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). Ilná Rosado explica que a lei 12.594/2012 prevê a existência de uma equipe técnica mínima com dois psicólogos, dois assistentes sociais, um coordenador pedagógico, um advogado. "Além disso, deveria existir ainda um nutricionista para supervisionar a alimentação, uma vez que recebemos várias reclamações dos internos sobre a péssima qualidade do alimento oferecido a eles".

A magistrada diz ainda que deveriam ser desenvolvidas, conforme a lei, atividades esportivas, de cultura, lazer e de profissionalização dos adolescentes, mas nada disso tem ocorrido atualmente. "Algumas eram promovidas anteriormente, mas todas deficientes. Por exemplo, na unidade existe uma quadra de futebol improvisada, que consiste em um campo de areia com duas traves. Também era feita uma oficina de pintura por uma voluntária. Agora essas atividades estão totalmente paralisadas devido à falta de segurança, pois os funcionários não têm como retirar os internos das celas pela falta de policiamento. Aliás, vários profissionais que desenvolvem essas atividades atualmente se recusam a ir trabalhar no local por causa disso, problema que se agravou com a última rebelião". Ilná Rosado ressalta que já oficiou o Comando da PM, responsável pela guarda da unidade socioeducativa, que seja aumentado o efetivo policial no local para que as atividades sejam retomadas no Ceduc.

IncapazO diretor do Ceduc Pitimbu, José Alberto Fonseca, admite que a unidade apresenta uma estrutura deficitária incapaz de oferecer as condições mínimas para o desenvolvimento de atividades ressocializantes para os jovens internos. Segundo ele, o Centro Educacional sofre com a falta de estrutura física adequada; de profissionais qualificados dispostos a trabalhar ali; de atividades socioeducativas para os internos; e segurança para os funcionários.

José Alberto diz que, atualmente, o Ceduc não conta com um psicólogo,professor de informática e de serigrafia e apenas um pedagogo, quando precisaria de mais um. Além disso, apenas cinco socioeducadores trabalham ali, sendo necessários ao menos dez. As aulas aos adolescentes, no entanto, ele garante que estavam sendo ministradas normalmente até 15 dias atrás, quando a situação de insegurança provocou a paralisação de todas as atividades. Para o diretor, o Estado deveria atentar para o fato de que é preciso dar condições ao Centro Educacional para que ele preste o atendimento com eficácia. Ele ressalta ainda que o aumento do efetivo de segurança está além de suas atribuições, uma vez que é o Comando da PM que disponibiliza os policiais para o serviço de guarda.

Quanto ao policiamento, logo após o pedido de reforço por parte da juíza, o comandante da Companhia de Policiamento de Guarda (CIPGD), o capitão PM João Fonseca, afirmou que não é possível, a curto prazo, aumentar o efetivo que trabalha no Ceduc Pitimbu. "Todo o efetivo da companhia já está sobrecarregado e não temos como remanejar policiais para unidade".

Sem segurança, escola para internos está fechada

Dentro do Ceduc Pitimbu há um prédio que funciona como anexo da Escola Estadual Djalma Aranha Marinho, do conjunto Cidade Satélite, em Natal, com uma equipe de quatro professoras. Uma delas, Vanderlúcia Rebouças, explica que em tempos de normalidade, quando havia segurança, as aulas eram ministradas sem qualquer problema. São dadas aos internos aulas do ensino fundamental, cumprindo os 200 dias letivos no ano, somente pelo horário da manhã. "Mas não cumprimos as 800 horas/aula porque não tem como juntar todos os 33 internos em uma só sala, já que há bastante rixas entre eles".

Já a professora Rosângela Lima reclama da falta de condições de trabalho. Segundo ela, os problemas começam com o deslocamento até a unidade, pois o veículo que faz o transporte dos professores é tão precário que "se chover, é preciso a gente abrir o guarda-chuva para não se molhar". Além disso, ela conta que a sala de informática existente no Ceduc está desativada, inclusive sem mais nenhum computador. Também não há biblioteca na unidade para os jovens. "O que fazemos é dar uma educação básica mesmo".

Outra professora, Fátima Canduí, lamenta a falta de estrutura, pois, segundo ela, a aula é o único momento em que os internos conseguem se concentrar e ficar calmos. "Se tem um lugar em que eles se comportam é na sala de aula, pois é a única atividade que eles ainda têm. Ou é isso ou ficar enclausurado".

O presidente da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente, Getúlio Batista, responsável pela administração dos Ceducs do RN, admite que o serviço de ressocialização dos internos do Ceduc Pitimbu está parado, por enquanto, devido aos seus problemas estruturais. Contudo, ele ressalta que o governo do Estado já liberou recursos para uma ampla reforma na unidade. O projeto prevê a construção de quadras de basquete e vôlei, de uma piscina olímpica e de um campo de futebol. Além disso, ele afirma estar buscando convênios para que sejam retomadas as oficinas profissionalizantes. A perspectiva é de que essas obras sejam concluídas em cerca de umano e meio. "Então a realidade do Ceduc será completamente diferente". 


Enquanto nossas crianças e adolescentes continuarem sendo tratado desse jeito mais e mais violência teremos!
Fim de semana no parque (Racionais MC's)



Será que tem solução!!!???


Have a nice begining of the week!

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Teatro alternativo e a preço popular no TCP


TCP // Não Pise na Dama de volta aos palcos


O espetáculo Não Pise na Dama volta aos palcos, hoje e amanhã, às 20h, no Teatro da Cultura Popular (TCP). As apresentações dão inicio a uma pequena turnê que passa pela cidade de São Paulo. Carol Piñeiro e Juão Nin comandam o espetáculo. Com forte carga visual e estética Pop o trabalho aborda as diversas facetas do universo feminino. A apresentação estreou com casa cheia em março, na Casa da Ribeira pelo projeto Cena Aberta.

Após as apresentações em Natal serão feitas mais três em São Paulo. Durante a peça, o público é apresentado a uma narrativa fragmentada e sensorial que mistura elementos da dança, teatro e performance. Questões polêmicas sobre gênero sexual, conceitos, pré-conceitos são abordados de forma divertida, forte e sagaz.

Os ingressos têm o valor único de R$ 10 e podem ser adquiridos na bilheteria uma hora antes do inicio a peça. A classificação indicativa é 16 anos. O TCP fica na Rua Jundiaí, 641, Tirol, próximo a Câmara Municipal e ao lado da Fundação José Augusto.

Serviço
Não Pise na Dama

Quando: 27 e 28 de abril, às 20h
Onde: Teatro da Cultura Popular (Rua Jundiaí, 641, Tirol, ao lado da Fundação José Augusto)
Informações: 9187-6345 ou 8845-3008. 

Vale a pena conferir e, construindo assim, uma cultura de resistência ao circuíto comercial que temos na cidade (shows e espetáculos que variam de R$ 120 a 380)...

Acho que esses artistas e, principalmente a população local moram na Europa, ou algo parecido!!!!


Au revoir pour toutes! 


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Cinema grátis no Complexo Cultural, na Zona Norte

Saudações Caríssimos!

Estamos reeditando esta postagem (e fazemos questão de sermos redundante),  haja vista, a UFRN também estendeu o projeto à População da Zona Norte de Natal.


Antecipadamente, por ser residente na ZN, único espaço público da cidade que foi privilegiado com o Complexo Cultural (diga-se de passem tem uma excelente estrutura física) , parabenizamos e agradecemos aos que conduzem o projeto.


Obs. O Complexo Cultural  fica situado na antiga Penitenciária João Chaves, na Av. João Medeiros Filho, onde está sendo realizado o evento, que é aberto a todos os natalenses!




Vale apenas conferir, inclusive após as apresentações haverá debates  sobre as temáticas e sorteio de brindes!




Divulguem , pois entendemos, como outros também, que a promoção e o incentivo à cultura é uma das alternativas de enfrentamento da violência e da criminalidade!




Guantanamera (Cuba, 1995)
24/4 - Biblioteca Central Zila Mamede (UFRN)
25/4 - Complexo Cultural de Natal (UERN - Zona Norte)


Entrada livre e gratuita (como corresponde a uma universidade pública).


Haverá certificado para quem assim o desejar.

REALIZAÇÃO: Departamentos de Ciências Sociais, História e Línguas e
Literaturas Estrangeiras Modernas (UFRN) e Complexo Cultural de Natal
(UERN).

APOIO: Sindicato dos Bancários; PROEX (UFRN); CCSA (UFRN); CineClube Natal e
DHnet.



Contamos com a sua presença!!!



Cinema nacional



Filme Xingu faz crítica ao conceito de civilidade



Yuno Silva - Repórter

A grandiosidade do filme "Xingu" (O2 Filmes/Globo Filmes) surpreende e emociona mesmo quem chega com fartas doses de expectativa às sala de cinema. Apostando alto, e de forma certeira, no tom épico-histórico, o longa metragem dirigido por Cao Hamburguer (da série televisiva "Cidade dos Homens" e do infantil "Castelo Rá-Tim-Bum") narra de forma poética - mas sem pieguices, estereótipos ou fanatismo ambiental - a trajetória dos irmãos Villas-Bôas pelas entranhas de um Brasil ainda desconhecido em plena década de 1940.
beatriz lefèvreÉpico-histórico narra de forma poética o contato dos irmãos Villas-Bôas com tribos do Brasil centralÉpico-histórico narra de forma poética o contato dos irmãos Villas-Bôas com tribos do Brasil central

Vidrados na possibilidade de viverem uma grande aventura durante a expedição Roncador-Xingu, motivo que apesar de ser retratado de forma simplista no filme não compromete o resultado, Orlando, Cláudio e Leonardo Villas-Bôas, vividos na telona, respectivamente, por Felipe Camargo, João Miguel (de "Estômago" e "Cinema, Aspirinas e Urubus") e Caio Blat, personificam desbravadores que trocam o conforto urbano de São Paulo, o paletó e a gravata pela desconhecida selva verde-amarela. O trio viria a ser os primeiros caras-pálidas a compreender as dimensões, a complexidade, a riqueza cultural e a necessidade de se preservar toda uma nação indígena, e comprovam não haver limites quando se age com dedicação, compromisso e desprendimento em prol de uma causa.
Beatriz LefèvreProdução contou com participação de índios do Parque Nacional do XinguProdução contou com participação de índios do Parque Nacional do Xingu

Responsáveis diretos pela criação de uma das maiores reservas indígenas do mundo, os Villas-Bôas questionam os limites do "desenvolvimento a qualquer preço" e esbofeteiam com luva de pelica a dita 'sociedade civilizada'. "Nós somos o antídoto e o veneno", diz João Miguel/Cláudio Villas-Bôas, dos três irmãos o mais idealista e o mais consciente da contradição da expedição ao Brasil central.

Sem exaltar heroísmos ou supervalorizar os personagens, perfeitamente suscetíveis à falhas e passíveis a erros como qualquer ser humano 'normal', "Xingu" traz como pano de fundo reflexões sociais, antropológicas e culturais ao lidar com a questão indígena de maneira respeitosa e mostrando de forma direta os riscos de encarar realidades diferentes com insensibilidade, preconceito e intolerância. 
Beatriz LefèvreO longa-metragem estreou em novembro de 2011, durante o Amazonas Film FestivalO longa-metragem estreou em novembro de 2011, durante o Amazonas Film Festival

É a partir dessa carga emocional, e da sapiência de ser baseado em fatos reais, que se intensifica a relevância do filme, que não cai na armadilha de ser professoral nem deixa de lado o viés de entretenimento - afinal, a produção que custou cerca de R$ 16,3 milhões não é um documentário nem tenta dar lição de moral em ninguém, porém não esconde suas intenções de exaltar o grande feito que foi a criação do Parque Nacional do Xingu em 1961. 

"Xingu" estreou em novembro do ano passado durante o Amazonas Film Festival, e vem contabilizando participações em festivais internacionais importantes como o de Berlim (Alemanha), realizado em fevereiro.

Serviço: Filme "Xingu" (12 anos, nacional) em cartaz no Moviecom 2 (Praia Shopping) - sessões 14h55 e 19h05.

Vale a pena conferir!

A insegurança, ou pelo menos sua sensação vem tomando conta dos natalenses!

O título da postagem talvez seja um pouco alarmante para alguns leitores, mas é o que vem sendo veiculado na mídia local. Seja ela televisada, impressa ou digital.


Em primeira instância, como temos feito questão de enfatizar, a segurança, grosso modo, é um direito, muito mais subjetivo, do que os demais assegurando na Carta Magna. São inúmeros fatores que contribuem para que as pessoas sintam-se segurança em uma cidade. Nesse aspecto, não se quer ser redundante, mas que um aumento no policiamento, necessariamente não traria mais segurança. Por si só essa assertava está fadada ao fracasso. Pois se assim o fosse, estaríamos pensando a problemática da violência e da criminalidade, sob um ponto de vista, meramente policial, portanto simplista.


Logicamente não se está aqui defendendo que haja um esvaziamento das ruas do aparato policial - longe disso, mas que um estado policial, ao contrário de causar uma sensação de segurança, pode causa mais violência, inclusive a própria policial, que falaremos com mais vagar noutra oportunidade.


Desta feita nos deteremos um pouco mais acerca o Estado, mas também da sociedade, em que de uma forma geral precisa entender quais são as necessidades básica sociais, para que a partir de uma promoção desses direitos venha-se pensar o que, efetivamente, está faltando e o que se pode fazer para minimizar esse estado de ausência.




Não faz muito que no estado do Rio de Janeiro houve uma "intervenção", na qual não apenas o executivo, mas também e, principalmente, a mídia divulgava que o Estado iria ocupar determinadas comunidades carentes, onde ele - o próprio Estado, afirmava a partir de seus representantes que não estava presente, por isso O Crime assumira o seu lugar.


Pois bem, passaram-se alguns meses e já temos notícia da própria mídia que o remédio antes alardeado aos quatro cantos que seria o bálsamo para todos os males, parece que não foi tanto assim. Senão vejamos: O Crime  que já estava entranhado naquelas comunidades, por ausência do Estado, e já fazia parte da rotina daquelas pessoas - não de todas é claro, mas de uma parcela significativa, pois  a falta de educação, saúde, moradia, emprego e, quem diria, a própria segurança, possibilita que os valores se invertam e, como fator catalisador desse estado de coisas, não se pode prescindir que as pessoas precisam atender as suas necessidades básicas, etc... Para se ter uma percepção bem razoável recomendo "Falcão: meninos do tráfico" é vídeo documentário (MV Bill).




Um detalhe significativo para compreensão da nossa linha de raciocínio e que não pode deixar de ser frisado é que o crime não é apenas aquele violento, ao contrário do que a maioria da população pensar - ou quer pensar assim: uma pequena fezinha na banca da esquina, ou que sabe um celular, ou Ipod, Tablet comprado sem nota fiscal, que dos males  "menores", poderia ser um contrabando, mas também poderia ter sido fruto de um latrocínio. (E você leitor que acha que fez um bom negócio adquirido um novo not ou netbook! sem nota fiscal......!)




Bom, vamos ficando por aqui, mas logo abaixo segue um matéria local, do Diário de Natal, que alardeia ao quatro cantos uma suposta onda de violência em Natal!




Sem falsa modéstia, temos nos debruçado um pouco, tanto pela profissão, mas também pela formação acadêmica a estudar um pouco as causa da violência e da criminalidade, e nesse aspecto enfatizamos que Natal está longe de ser uma cidade violenta. Certamente, alguns crimes têm aumentado, mormente o contra o patrimônio é um deles, que possivelmente tem por trás o crescente uso de drogas ilícitas, sobretudo o crack - droga altamente viciante, que provoca dependência quase que imediata, e tem devastado famílias inteiras, principalmente àquelas que vivem em situação de miserabilidade, as quais são cooptadas por esse submundo.




Portanto, talvez a medida para o controle do crime que originou essa matéria abaixo esteja muito mais no campo da prevenção e da saúde pública do que no da esfera policial! Talvez estejamos querendo receitar um antibiótico, em que o mais razoável seria uma reeducação alimentar e exercícios físicos. (Mas como se onde mais precisa até os campos de várzea nem existem mais, ou estão cheios de lixo!).



Insegurança // Seis ônibus são assaltados no fim de semana


A Polícia Militar registrou seis assaltos a ônibus em Natal entre a última sexta-feira e este domingo. Para o coronel PM Wellington Alves, comandante do policiamento metropolitano (CPM), essas ações têm relação com o consumo de drogas. "São roubos feitos por jovens desesperados para conseguir algum dinheiro para comprar alguma droga". Ele garante, porém, que o trabalho de abordagem aos transportes públicos tem sido mantido pelo CPM na capital potiguar. Augusto Maranhão, do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Natal (Seturn) diz que iniciará uma campanha para "retirada de dinheiro dos ônibus", estimulando a compra dos cartões eletrônicos de vale transporte. O Seturn já conta com 50 novos postos de vendas em farmácias e mercados da cidade.


Wellington Alves relativizou a média de duas ocorrências por dia registradas pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp). "Se compararmos com a quantidade de viagens dadas pelos ônibus em toda a capital, trata-se de um número muito pequeno". Para coibir uma nova onda de assaltos a esses veículos, o comandante garante que será intensificado o trabalho de barreiras policiais para abordagem de ônibus nos principais corredores da capital potiguar. "E vamos também colocar essa barreira nos novos pontos indicados pelo nosso geoprocessamento, como a Avenida Coronel Estevam (Alecrim). Além disso, o policiamento ostensivo permanece passando por essas principais vias de circulação".


O comandante do CPM destaca a prisão de um dos criminosos que praticaram assaltos a ônibus neste último final de semana. O fato ocorreu no domingo, por volta das 15h30, no bairro Nordeste, Zona Oeste de Natal. Segundo Wellington Alves, um homem identificado como sendo Cristiano Medeiros Soares, 19 anos, teria anunciado o assalto a um ônibus da linha 79 (Parque das Dunas/Viaduto de Ponta Negra), exigindo que os passageiros entregassem os aparelhos celulares. Enquanto isso, o motorista de ônibus fez sinal luminoso para uma viatura que passava pela Avenida Felizardo Moura no momento. O veículo foi abordado e o assaltante foi detido desarmado e levado para a Delegacia de Plantão da Zona Sul para ser autuado em flagrante.


Para ter acesso matéria completa veja: http://www.diariodenatal.com.br/2012/04/24/cidades8_0.php 

Afinal a gente não quer só comida!
Au revoir!
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sábado, 21 de abril de 2012

O preço da segurança pública

Quanto vale a segurança pública que o cidadão brasileiro paga? Dentre os serviços essenciais (muito embora não seja razoável fazer comparações nessa linha de raciocínio), talvez  esse seja o mais dispendioso, pois o serviço propriamente dito, não se ver, não se toca, apenas se sente. É essa sensação de segurança, ou falta dela que é influenciada, tanto pelo aparato policial (esse de que trata a matéria abaixo), mas também por uma série de fatores sociais que contribuem para tal subjetividade.


Pois bem, segue logo abaixo a conta que estamos pagando, para que possamos fazer uma reflexão! A segurança pública é um setor estratégico e, sendo assim é mais viável ter veículos próprios, ou locá-los e corrermos o risco de passar por circunstâncias  administrativas que podem atrapalhar e/ou dificultar tal serviço?


Diário de NatalEdição de sexta-feira, 20 de abril de 2012 

Locavel aponta dívida superior a R$ 4 milhões
Falta de peças, serviços demorados, débitos de multas, pendências quanto a seguros, licenciamentos e impostos não pagos. É o universo ao qual estão sujeitas atualmente mais de 300 viaturas alugadas para as polícias Militar e Civil nas ruas da capital e interior do Rio Grande do Norte. A situação foi exposta pelo diretor da Locação de Veículos e Serviços Ltda (Locavel), Nildo da Silva Machado Pedroza, diretor da empresa que é responsável pelo aluguel e manutenção das centenas de veículos em questão. As informações foram colhidas no depoimento concedido ao promotor de Justiça, Wendell Beetoven, que investiga a utilização dos carros privados para o policiamento estadual.

A investigação foi iniciada após as notícias de que dezenas de viaturas pertencentes à Locavel estavam fora de circulação. O promotor conta que o diretor da empresa revelou uma dívida bem maior do que o valor divulgado pela Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed). Os débitos, referentes aos pagamentos acertados no convênio para janeiro, fevereiro, e março, totalizariam R$ 1,7 milhão. No entanto, Nildo Pedroza disse em depoimento que a conta fecha em mais de R$ 4 milhões.

Entre outras pendências, estão um montante de R$ 400 mil só de multas, e mais R$ 1 milhão em peças, compradas pela Locavel, mas que segundo o diretor da empresa, devem ser pagas pelo Governo do Estado por não estarem previstos no contrato assinado. "O conserto deve ser ressarcido como acontece quando um cidadão loca um carro", afirma o promotor. Há uma divergência ainda no número de viaturas locadas. De acordo com a Sesed são 310 carros, porém Nildo Pedroza deu outro número: 360, mais 10% que devem ser mantidos como frota reserva.

Na soma, seriam 400 veículos. A diferença entre os dados foi justificada pelo diretor da empresa por um aditivo de 20% de aumento na frota firmado na renovação do contrato. Wendell Beetoven conta que ele não especificou a data em que isso aconteceu. No caso das multas, Nildo Pedroza teria dito que constam infrações até de policiais dirigindo sem habilitação. O promotor recebeu um ofício do Comando Geral da Polícia Militar confrontando a informação. "O ofício diz que todos os policiais possuem habilitação. No último concurso da Polícia Civil também era obrigatório ter o documento", disse Beetoven, explicando que a situação precisa ser checada.

Com a palavra nós os cidadão que pagamos os impostos e temos direito a um serviço ininterrupto e de qualidade.

Em outra matéria o próprio promotor analisa se é razoável para o poder público e para o cidadão ter esse serviço através dessa conformação. Senão, vejamos:

Para o promotor Wendell Betoveen, não é conveniente ter as viaturas locadas. "Estamos investigando a conveniência dessa situação de ter a segurança pública fique na dependência de um contrato com uma empresa privada que possa ser cancelado", afirma o promotor, que investiga ainda o fator econômico do caso. "Talvez fosse mais econômico o Estado ter suas próprias viaturas. É preciso ter uma política de aquisição e manutenção desses veículos", ressalta.

Com a palavra nós, os contribuinte!
Certamente voltaremos ao ponto...
Para um aprofundamento acerca da temática leia: ZAVERUCHA, Jorge. (In)segurança pública e ordem social. Recife, ed. Universitária, 2007, dentre outros...
Have a nice weekend!


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Falência no sistema de reeducação para adolescentes infratores!

Saudações internautas!


Logo abaixo segue uma matéria interessante, que dá conta de mais uma falência estatal - os centros de reeducação para adolescentes infratores.


Vale a pena conferir e opinar!


Cidades - Diário de Natal
Edição de quarta-feira, 18 de abril de 2012 
Ceduc: juíza avalia fechamento da unidade
Para Ilná Rosado, mudanças pedidas à Fundac não estão sendo feitas e situação no local é "insustentável"
Paulo de Sousa
jpaulosousa.rn@dabr.com.br 


Rebelião e falta de condições estruturais depõem contra o Ceduc Pitimbu. Foto: Ana Amaral/DN/D.A Press
Diante da rebelião que ocorreu no Centro Educacional (Ceduc) Pitimbu na tarde da última segunda-feira e do resultado da inspeção que ela própria realizou no local há cerca de um mês, a juíza da Vara da Infância e Juventude de Parnamirim, Ilná Rosado Motta, deve decidir pelo fechamento definitivo da unidade na próxima semana. O Ceduc foi interditado parcialmente pela magistrada no dia 13 do mês passado. Para ela, a situação da unidade socioeducativa é insustentável, tanto em relação à segurança quanto à estrutura.

O que pesa na decisão da juíza é a possibilidade de os 32 adolescentes infratores que estão internados no local terem de voltar para suas casas, caso realmente decida pela interdição da unidade. O presidente da Fundação Estadual da Criança e do Adolescente (Fundac), Getúlio Batista, garante, no entanto, que as reformas estruturais pedidas pela magistrada estão sendo executadas e estima que em um ano o Ceduc Pitimbu seja reinaugurado.

Ilná Rosado lembra queestá concluindo a análise dos laudos emitidos pela Vigilância Sanitária do Estado (Suvisa), Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, que apontam problemas graves que vão desde a alimentação à falta de segurança do Ceduc Pitimbu. Os documentos já tinham motivado a juíza a pedir a interdição parcial da unidade socioeducativa, impedindo que novos adolescentes sejam internados no local.

Para a magistrada, a rebelião expôs os problemas graves de segurança apresentados no Ceduc. "Eu mesma tive de expedir ofícios para a Secretaria de Segurança e para o Comando da PM para que fosse enviado reforço para conter a rebelião". Ilná Rosado afirma que a Fundac não tem cumprido com as determinações que ela tem expedido quanto às reformas estruturais, entre elas a elevação do muro de contenção e aumento do efetivo policial que trabalha na unidade. "Nenhuma atitude foi tomada para solucionar os problemas, principalmente de segurança. Não podemos compactuar com a omissão do Estado quanto à integridade física de seus funcionários.Naquela rebelião, podiam ter se ferido policiais, o diretor, entre outros".

Reflexão
Contudo, para Ilná Rosado, a nova Lei que regulamenta o Sistema Nacional Socioeducativo, em vigor a partir de hoje, é um motivo para refletir melhor sobre o fechamento total do Ceduc Pitimbu. O artigo 49, inciso II, da Lei estabelece o direito de o adolescente sentenciado ao internamento ser inserido em programa em meio aberto, ou seja, responder ao crime em casa, quando não existir vaga em unidade socioeducativa. "Se eu fechar a unidade, é possível que adolescentes que são latrocidas ou homicidas tenham de cumprir pena em suas casas. Isso vai além da questão estrutural e passa à questão de segurança pública".

Promessa
Getúlio Batista, da Fundac, afirma que desde a quarta-feira da semana passada existe uma construtora realizando as reformas estruturais exigidas pela magistrada. "A elevação do muro já foi iniciada e vamos realizar várias outras reformas, como a instalação de uma piscina olímpica e uma quadra de basquete. Acredito que em um ano deveremos entregar um novo Ceduc Pitimbu", alega. 
Considerações:


Como temos dito, não adianta colocar um amontoado de pessoas ( principalmente, nesse caso específico, que ainda tem um grau intensificador, pois são adolescentes infratores) fazendo como diria, Michael Foucault, uma higienização social, pensando em livrar-se do problema, pois certamente terá consequências desastrosas - como de fato está gerando para a sociedade potiguar.

Nesse sentido, a violação de direitos por parte do Estado funciona como fator catalisador de mais violência e, consequentemente mais criminalidade.

Ainda nessa perspectiva, é inadmissível que o próprio Estado descumpra o que se propõem a realizar, ou seja, custodiar àqueles que de tão violados, marginalizaram-se. 


Tornou-se lugar comum esse tipo de circunstância com os adultos, mas perpetuá-la para com os adolescentes infratores é, no mínimo, estar condenando as próximas gerações a um estado de anomia social (Emilie Durkheim). 


Leis feitas para inglês ver, combinada  com uma boa dose de péssima administração, untada com uma pitada de corrupção, certamente é uma receita fantástica para uma sociedade desigual, injusta e desumana, que faz a "assepsia social" no intuito de livrar-se do problema que ela mesma criou. Como diria Gil: Gente estúpida!

Segue logo abaixo um pequeno vídeo para reflexão!

Au revoir!


domingo, 15 de abril de 2012

Mudança do nome do Blog

Good morning for all!

Em virtude de várias solicitações mudei o nome do Blog, que deverá ser acessado a partir de agora através deste endereço:http://segurancaeducacaoecultura.blogspot.com.br/


O motivo se deu porque com o nome em inglês muitas pessoas o digitavam errado,  e mesmo procurando no Google não conseguiam localizá-lo.


Um forte abraço e espero que todos continuem prestigiam, pois é de críticas e sugestões que encontramos motivações e inspirações para as postagens. 


Por gentileza, divulguem e acusem o recebimento.


Att.,
 João Batista da Silva
Administrador do Blog

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Teatro de boa qualidade a preço razoável

Vale a pela conferir  teatro alternativo e de boa qualidade!


Recomendações a Todos - Coletivo Atores à Deriva

A obra homônima, escrita por Alex Nascimento em 1982 relata os passos de um louco que, expulso do manicômio, tenta conviver com os “lindos normais”. Para entendermos essa desventura, Alex Nascimento que narra à obra em primeira pessoa (seria sem propósito?) conta a sua trajetória desde o nascimento, passando pela primeira festa, o primeiro emprego e seu eterno caso de amor e ódio com os analistas. 

*R$ 20,00 (inteira) ; R$ 30 (livro). Casadinha peça + livro = R$40,00



Serviços
13, 14 e 14 de abril de 2012 às 20h
Teatro
valor: R$ 20,00
Mais informações: (84) 3211-7710





Have a nice weekend!


PS.: Como temos dito a educação é uma das alternativas de enfrentamento da violência e da criminalidade.


Eu recomendo, (após ter assistido, of course)!
Crítico, inteligente, engraçado e atual, apesar de escrito em 1982.
Só para aguçar um pouco a curiosidade! Será que os louco não somos nós que estamos nesses estado de sã consciência, submetidos à todas as regras impostas pela sociedade!


Para tirar a dúvida assista, saia do circuito comercial e vá ao teatro alternativo, prestigiando o artista local!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

PM de SP paga R$ 25 milhões por tablets que funcionam mal

Saudações Caríssimos!

Logo abaixo uma matéria interessante para a segurança pública (mesmo que seja em nível nacional), haja vista a exiguidade de meios e recursos da atualidade...



PM de SP paga R$ 25 milhões por tablets que funcionam mal



Hoje na Folha

Tablets comprados pela Polícia Militar de São Paulo para equipar carros que patrulham o Estado apresentam problemas sérios de funcionamento. Ao todo, são 11.750 aparelhos comprados por mais de R$ 25 milhões.
A informação é da reportagem de Reynaldo Turollo Jr. e Rogério Pagnan publicada na edição desta quarta-feira da Folha. A reportagem completa está disponível a assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.
Os tablets deveriam se conectar à internet ininterruptamente para que policiais pudessem, das ruas, registrar ocorrências, consultar RGs e placas de carros suspeitos. Mas PMs afirmam que têm dificuldades para "logar".
Uma possibilidade para o mau funcionamento dos aparelhos está relacionada às características internas do tablet, de acordo com técnicos ouvidos pela Folha.
O comando da Polícia Militar nega que os aparelhos tenham problemas de funcionamento e atribui eventuais falhas à operadora Vivo e ao manuseio dos policiais.
A Vivo informou que só fornece os chips de conectividade à PM e que não comentaria as informações de que o tablet, feito para a tecnologia GSM, não "conversa" plenamente com sua rede.



Vale apena acompanhar de perto, haja vista, outrora o RN também adquiriu equipamentos semelhantes a computadores de bordo e os mesmos não funcionaram, deixando a população com o prejuízo. (Do serviço não fornecido e do valor pago!).

Esperamos que nossa Coirmã a PMESP, que tanto tem nos espelhado em know how e doutrina, possa mais uma vez dar o exemplo.

Adsumus!

A long, long time ago não deixamos nenhum vídeo para reflexão. Pois bem, para recordarmos segue o sempre atual: "Que país é esse!!? 


E então é ou não atual?!!!!