quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Crítica do filme Django


Saudações Caros Internautas!

Eu mesmo queria tecer alguns comentários sobre o filme,mas ao ler esta análise achei muito boa e resolvi transcrever, na íntegra, obviamente dando os devidos créditos ao colega blogueiro Ricardo Martins, do qual o endereço segue logo abaixo.

Well, deixemos de shit e vamos aos comentários. Nosso colega, Ricardo achou o filme sem muitas surpresas, mas acho que do ponto de vista do resgate histórico é muito interessante e traz de forma simples para o grande público a questão do preconceito étnico, ainda muito presente nowadays!

Vamos a resenha de Ricardo:

Em seus filmes, Tarantino sempre que podia flertava com o mundo dos filmes de faroeste por meio de referências. Não demoraria muito para que logo ele entrasse definitivamente no gênero. Django Livre é a homenagem do diretor a este estilo, ligando nomes como Sergio Leone, John Ford e a violência visual de Sam Peckinpah, mas a maior reverência vai para os chamados “western spaghetti”, o que já é claro pelo nome do personagem-título, referência a um clássico do estilo: Django (1966), de Sergio Corbucci, com Franco Nero – que faz uma divertida participação especial neste filme.

Curiosamente sendo um “western” passado no Sul escravagista, não faltam também elementos do cinema Blaxploitation (movimento de cinema negro dos anos 70).

A trama é simples. O escravo Django (Jamie Foxx) é libertado pelo caçador de recompensas alemão King Schultz (Christoph Waltz). Django passa a “trabalhar” com o caçador, que em contrapartida promete ajudar o ex-escravo a recuperar sua esposa, vendida ao cruel fazendeiro Calvin Candie (Leonardo Di Caprio, ótimo).

Dr. Schultz e Django.
Dr. Schultz e Django.

Jamie Foxx e seu personagem acabam servindo como escada para o ótimo elenco coadjuvante. Christoph Waltz brilha novamente, sem precisar repetir seu personagem de “Bastardos Inglórios”, que o consagrou. O divertido Dr. Schultz, educado e que adora falar de forma rebuscada, é talvez o mais gentil personagem que já houve em um filme de Tarantino, mas ainda assim é acostumado com a violência (mata para viver ou por necessidade) e possui seus interesses próprios. Já Leonardo Di Caprio (que sempre defendo que é um ator formidável) finalmente pode “praticar” um lado nunca mostrado em sua carreira: o de um personagem frio e assustador; e consegue passar isso apenas nos gestos e olhares. Arrogante (a ponto de fingir ser culto), e orgulhoso de ter poder, Di Caprio não perde a linha mesmo quando o papel exige certa caricatura. Uma pena que o Oscar pegou a mania de esnobá-lo.

Outro que quase rouba o filme é Samuel L. Jackson, um antigo escravo mais racista que todos os outros personagens juntos e que possui uma bizarra relação com seu mestre.

O excepcional Calvin Candie, de Leonardo Di Caprio, senhor de Candyland.
O excepcional Calvin Candie, de Leonardo Di Caprio, senhor de Candyland.

Antes de tudo, é preciso dizer que Django Livre é um típico filme de Tarantino, um diretor que dispensa apresentações, já que sabemos de seus maneirismos e maneira de fazer uma obra com zilhões de referências e colagens e ainda assim criar uma identidade própria. Idolatrado por fãs que consideram suas características geniais (que são as mesmas que por sua vez os detratores usam para chamá-lo de “embuste”), a verdade é que Tarantino gostando ou não, provoca discussões de maneira que poucos filmes conseguem. Talvez este Django seja mais “acessível” aos que tem dificuldade com o diretor. É praticamente linear e “controlado”, muitas vezes parece (embora nem tanto) um Tarantino contido, enquanto a história se desenvolve de forma até banal, sem grandes surpresas. Confesso que senti falta de suas loucuras de roteiro, como as reviravoltas ou subversões inesperadas que ele costuma fazer (embora um faroeste onde o protagonista não seja branco já seja uma subversão), mas aqui ele em base segue uma estrutura tradicional e simples.

A edição é correta, mas também não surpreende. Talvez ele tenha resolvido não arriscar muito, já que desta vez não conta com a edição de Sally Menke, que faleceu em 2010 e sempre trabalhou com ele. Isso parece ter feito diferença. Mas não achei arrastado ou exageradamente longo como alguns tem considerado, pelo contrário, prende a atenção e diverte o tempo todo.

Link Youtube | Assista ao trailer de Django Livre.

Tarantino dificilmente decepciona quem o curte, com sua fórmula e a paixão pelo cinema estampada em cada cena, é sempre um prazer assistir suas obras. Os diálogos não são tão inspirados como nos seus melhores filmes, mas continuam acima da média. Mesmo levando tudo com muito bom humor e liberdade criativa, temos aqui um filme corajoso em retratar este período histórico sem pieguice e que deixa clara a estupidez da escravatura de forma direta e eficiente (e pensar que Spike Lee, que obviamente não viu o filme, falou abobrinha chamando-o de racista). Aliás, esse é um dos filmes do diretor com mais ênfase em história e política – destaque para o discurso que o personagem de Di Caprio faz quando tenta provar a inferioridade dos negros por meio de “estudos” de seus crânios; teorias deste tipo realmente existiram para justificar barbaridades como essa.

Mesmo com uma história bem lugar-comum, Tarantino continua sendo um dos diretores mais interessantes em atividade, e todo filme dele vale a espera para ver no que dará. E eu nunca imaginei que teria a chance de ouvir no cinema a canção tema do clássico Django. Mais uma vez, Obrigado Tarantino
!
RICARDO MARTINS
Ricardo da Silva Martins é formado em Biologia, mas desde sempre foi um apaixonado por filmes. Orgulhoso defensor da existência de filmes bons (e ruins) em qualquer gênero e país, passando por diversos estilos, de Spielberg à Buñuel e do lixo ao luxo sem preconceitos. Fã também de rock anos 80, livros e quadrinhos, até arranha uma guitarra nas horas vagas.

Fonte:http://www.feedbackmag.com.br/oscar-2013-critica-de-django-livre-melhor-filme/

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Republicação de artigo



POLÍCIA MILITAR: PROTETORA OU CARRASCA?[1]

João Batista da Silva[2]

Diante da complexidade da sociedade atual, os níveis de criminalidade vêm aumentando cada dia mais, sobretudo nos grandes centros urbanos. No entanto, nem as médias, nem as pequenas cidades estão a salvo dessa cólera. No Estado do Rio Grande do Norte (RN), este tipo de violência tem aumentando nos últimos anos, bem como a violência praticada por aqueles que têm o dever de defender o cidadão (ou seja, os policiais militares), ou pelo menos, os casos têm tornado-se notórios[3]. As políticas públicas de desenvolvimento humano, sobretudo nos países subdesenvolvidos ou emergentes, têm sido, em sua maioria, muito deficitária. Por conseguinte, o controle da criminalidade tornou-se, unicamente, uma tarefa da polícia, sobretudo a Polícia Militar, pois é a instituição que atua de forma ostensiva (fardada) no contato com a sociedade. Feito este intróito, reportar-me-ei à correlação entre a violência policial militar e alguns possíveis fatores que se inter-relacionam.
A imagem que a população tem da polícia, sobretudo, a população de baixa renda (faixa em que se encontra o maior índice de vítimas de violência policial), é de uma polícia repressora, arbitrária, truculenta e corrupta, imagem esta, que na maioria das vezes, é reproduzida pelos jovens pretendentes a policiais. Fatores como estes, bem como, a carga excessiva de militarismo, número elevado de vagas oferecido por concurso para suprir o déficit de pessoal[4], aliado às falhas na seleção de candidatos, cursos de formação precários (curto período de formação, disciplinas incompatíveis com a realidade social, dentre outros aspectos), falta, sobretudo de uma política de capacitação profissional contínua, bem como os baixos salários, podem influenciar na questão da violência policial militar. Nessa perspectiva, questiona-se: uma preparação mais incisiva nas disciplinas de relações humanas, direitos humanos, ética profissional, não minimizariam este índices de violência policial militar? Ou será que os investimentos deveriam ser na área das políticas educacionais, de saúde, de habitação e criação de postos de trabalhos? Ou ainda, será que deve haver investimentos simultâneos, sobretudo na área educacional, para que a sociedade, em sentido lato, (neste contexto, inserem-se as Polícias), obtivesse as ferramentas fundamentais para uma maior conscientização sobre direitos e deveres do cidadão. Estes são alguns dos questionamentos que poderão apontar para as possíveis causas, como também poderão suscitar mais questionamentos e possíveis alternativas para melhorar esta Instituição, que a priori, foi institucionalizada para defesa dos interesses particulares, mas que ao longo de sua historicidade vem adquirindo respaldo perante a sociedade, legitimando seu papel, que é, tão somente, o de protetor dos direitos do cidadão, conseqüentemente, da Lei e da ordem, dentro, evidentemente, de cada cultura que está inserida.
Recorrentemente, na maioria das vezes que ocorre mais uma violência envolvendo policiais em serviço vem à tona a falência das polícias brasileiras, e a mídia, principalmente a televisada, encontra um bode expiatório para a situação em destaque, surgindo, várias propostas de reformulações nas instituições policiais, as quais sempre esbarram na burocracia administrativa, eclodindo, neste ínterim, um novo tema sensacionalista como filão da vez, caindo o tema da violência policial mais uma vez no esquecimento social.
Em meio à falta de seriedade das autoridades competentes, bem como o descaso da população (diga-se de passagem: falta de consciência acerca dos direitos e deveres do cidadão) para juntos produzirem alternativas plausíveis para a questão; esta se arrasta ao longo dos anos, fazendo, cada vez mais vítimas, face à impunidade, que se instalou no país. Policiais que ao invés de defenderem o cidadão praticam atos de arbitrariedades, como o que foi destaque nacionalmente, no Rio de Janeiro, em que um PM que tinha a alcunha de Rambo promovia atos de tortura, sem deixar nada a dever às épocas medievais. No Estado do Rio Grande do Norte (RN), este tipo de violência tem aumentado, nos últimos anos, ou pelo menos, os casos têm tornado-se notórios.
Segundo entrevista feita com policiais militares (PMs) do 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM)[5] os mesmos se reportaram à questão da violência policial como sendo uma conseqüência de uma série de fatores que desencadeariam nessas  arbitrariedades. Conforme os entrevistados, a má seleção dos candidatos seria o primeiro desses fatores. Ora, se há falhas no processo de seleção, é evidente que pessoas com características que não perfaçam o perfil de um PM   ingresse à Instituição[6].
Conforme Jorge da Silva[7] deve haver uma reformulação profunda nas polícias brasileiras, sobretudo nas grades curriculares, as quais havia tempos já estão ultrapassadas, muitas ainda com uma carga excessiva de militarismo. Segundo o autor, um dos fatores que potencializam a falência policial militar e, por conseguinte, possíveis intensificadores da violência policial. Jorge da Silva é, por excelência, um ferrenho defensor da unificação das polícias brasileiras (civil e militar), ou pelo menos, que ambas possam trabalhar de forma integrada (o que atualmente não existe, pois o que se vê tanto na realidade local, como também no âmbito nacional é uma polícia adentrando à alçada de competência da outra). No Estado do Rio Grande do Norte a violência praticada por aqueles que têm o dever de defender o cidadão (ou seja, policiais militares) tem tornado-se cada dia mais notória seja porque há uma variedade de programas televisivos transmitidos diariamente pelos canais locais, ou ainda pela facilidade que tem a pessoa vitimada pela violência de procurar os órgãos competentes para efetuarem sua denúncia. Um outro fator não menos importante elencado pelos entrevistados, e que também é destacado por Jorge da  Silva é a questão da formação policial militar. Como fora frisado anteriormente, as grades curriculares devem ser reformuladas, devendo atender as realidades sociais em que está inserida cada polícia. Vale salientar, que há um consenso numa série de elementos destacados tanto pelo autor como pelos entrevistados. Contudo, não é demais destacar que os entrevistados, ao contrário do que se poderia imaginar, afirmam que o militarismo ajuda na disciplina da Instituição, salientando, apenas que estas normas deveriam ser dosadas de forma mais gradativa para que a função policial não seja sufocada pelo excesso de militarismo. Já o oficial da PMRJ, afirma que o militarismo já cumpriu a sua meta, não se adequando mais às realidades sociais atualmente, sendo, segundo ele, um possível intensificador da violência policial.
Com efeito, deve-se salientar que um dos questionamentos mais coerentes que está em vigor atualmente, não apenas para minimizar a questão da violência policial, tanto no âmbito nacional, bem como na PMRN, é que  instituições policiais devem manter um programa contínuo de avaliação psicológica, mas sobretudo de qualificação e capacitação profissional, retirando do atendimento ao público aqueles policiais que não atendam a um nível mínimo de qualificação exigido pela sociedade.

REFERÊNCIAS
                                                                         
BEZERRA, Jarbas Antônio da Silva. Tortura: mecanismo arbitrário de negação da cidadania. Natal: Lidador, 2001.
BRASIL. Decreto-Lei 3.688 de 3 de outubro de 1941 de 1941. Que discorre acerca da lei de contravenções penais. (Org.) Alvaro Lazzarini. São Paulo: Revista dos Tribunais,2000.
BRASIL. Decreto-Lei 667, de  02 de janeiro de 1969. Que reorganiza as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros militares dos Estados e Territórios e Distrito Federalk, e dá outras providências, Coletânea de legislação. (Org.) José Walterler dos
CERQUEIRA, Carlos Magno de Nazareth. O futuro de uma ilusão: o sonho de uma polícia nova. Rio de Janeiro, ICC, Discursos sediosos, crime, direto e sociedade, 14, n.3, p. 115-140, jan/jun, 1997.
______.Dificuldades relativas à cultura autoritária e repressiva e ao profissionalismo. In: Do patrulhamento ao policiamento comunitário. ( Coleção polícia amanhã , n. 2 ). Rio de Janeiro: Instituto de Criminologia - Fundação Ford Freitas Bastos, 1997. p. 147-152.
______.Conhecendo o Policiamento comunitário. In: Do patrulhamento ao policiamento comunitário. Rio de Janeiro: Instituto Carioca de Criminologia - Fundação Ford Freitas bastos, 1997. p. 54-65 (Coleção polícia amanhã n. 2).
DURKHEIM, Emile. Regras relativas à observação dos fatos sociais. In: As regras do método sociológico. Sào Paulo: Martin Claret, 2001, p. 83
GUIMARÃES, Luiz Antônio Brenner. Valores institucionais a prática policial militar e a cidadania. Unidades, Porto Alegre, n.4, p. 4-85, jan/mar.2000.
NETO, Teodomiro Dias. Policiamento Comunitário e controle sobre a polícia: a experiência norte-americana. São Paulo: IBCCRIM, 2000. p. 19-47.
RIO GRANDE DO NORTE. Lei 4.630 de 16 de dezembro de 1976. Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Rio Grande do Norte, e dá outras providências. (Org.) José Valterler dos Santos silva. Coletânea de Legislação. Natal: PMRN, Cap. IV, seção II, Da ética policial.
SILVA, Jorge da. Controle da criminalidade e segurança pública: na nova ordem constitucional. 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1990.  117p.




[1]  Artigo produzido em 2005 e publicado em um jornal comunitário, da zona Norte de Natal, denominado o Clarim.
[2]  À época da confecção deste artigo, o autor era 1º tenente da PMRN e graduando no Curso de Ciências Sociais da UFRN, tendo em 2002 se especializado naquela mesma Universidade em Polícia Comunitária.
[3] Há três anos a Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte (PMRN), criou a Corregedoria da PMRN, um órgão da própria Instituição responsável para apurar as denúncias contra policiais militares (PMs), e há aproximadamente dois anos a Secretaria de Defesa Social (SDS), a quem a PM está subordinada, criou a Ouvidoria, um órgão independente das Instituições Policiais, que recebe as denúncias de arbitrariedades praticadas por policiais civis e militares e as encaminha para o setor competente, seja este dentro da própria PM, ou da Justiça Comum,  fiscalizando os resultados das apurações.
[4] A PMRN incorporou nos dois últimos concursos dois mil policiais, sendo uma turma de soldados no ano de 2000 e outra e 2001. Nessa perspectiva de uma crítica mais aprofundada, chamo atenção para a questão - política do governo do Estado -, que nesse período, não levou em consideração a falta de instalações apropriadas para a formação dos novos PMs, bem como a falta de professores para atender a esta demanda de alunos-soldados.
[5] O 9º BPM da PMRN foi criado havia aproximadamente dois anos para introduzir a filosofia de polícia comunitária no RN. O Batalhão de Polícia Comunitária tinha, à época, um efetivo de 600 PMs e atua nas quatro zonas geográficas da cidade do Natal.
[6] Não poderia deixar de destacar um tema que constantemente é posto em evidência pela cúpula da PMRN, mas, sobretudo por membros da comissão de avaliação psicológica da Instituição que contestam acerca de liminares judiciais que concedem o direito a candidatos reprovados em testes psicológicos, de participarem dos cursos de formação policial militar e, consequentemente ingressarem à Instituição. Ou seja, candidatos que não satisfazem a um perfil psicológico para exercerem a função policial militar ingressam à Corporação, sobre o pretexto legal de que todos são iguais perante a Lei.
[7]Jorge da Silva é coronel da reserva remunerada da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, é sociólogo, bacharel em direito e um dos maiores especialistas em segurança pública no país. Um dos seus livros mais conhecidos é Controle da criminalidade e segurança pública na nova ordem constitucional, da editora Forense (1990).

sábado, 19 de janeiro de 2013

Educação para segurança no trânsito potiguar

Saudações Carísismos internautas!

Como vocês têm percebido, em período de férias (muito embora eu esteja trabalhando a todo vapor!) estou fazendo apenas uma postagem semanal!

Desta feita, farei uma transcrição de uma matéria postada no blog do Comandante Geral da PMRN, a qual achamos muito interessante, e que, na medida que a Instituição for educativa e preventivamente a cultura quotidiana do potiguar, que gosta de apreciar uma caipirinha, cervejinha, dentre outras bebidas alcoólicas, gradivamente vai mudando!

Segue logo abaixo a transcrição que fala do funcionamento de etilotestes (descartáveis), que serão utilizados pela PMRN na Operação Verão, desencadeada, em todo litoral potiguar, durante esta estação do ano.

Bom verão, mas também muita cautela e tranquilidade no trânsito.


IMG_0259
“Ser obrigado a trabalhar, e obrigado a fazer o melhor possível, cria em você moderação e autocontrole, diligência e força de vontade, ânimo e satisfação, e cem outras virtudes que o preguiçoso nunca conhecerá.”Charles Kingsley
A Polícia Militar recebeu do DETRAN/RN esta semana 11 mil Etilotestes Químicos(Bafômetros Descartáveis), homologados pelo DENATRAN, para serem utilizados de forma educativa em barreiras de trânsito, realizadas nas rodovias estaduais.
O Etiloteste é um instrumento de natureza preventivacomposto por um balão e um teste, destinado a identificar a presença de etanol no ar expirado, para ser distribuído aos motoristas em blitz de trânsito, a fim de que possam avaliar a taxa do limite legal, antes de dirigir seu veículo.
Para utilizar o kit deve-se seguir as seguintes instruções:
  1. Retirar o tubo teste do balão e observar se o reagente apresenta-se completamente amarelo;
  2. Pressionar as duas extremidades do tubo teste até encobrir o pontilhado;
  3. Inserir totalmente a extremidade azul do teste no bocal (azul com azul);
  4. Soprar continua e lentamente, de uma só vez, até encher o balão completamente;
  5. Pressionar o balão lentamente até esvaziá-lo completamente pela cápsula.
Para fazer a leitura do resultado, aguarde que a reação química se desenvolva por 2 minutos para interpretar corretamente o teste. A permanência da coloração amarela do teste indica a ausência de álcool – resultado negativo.
IMG_0262
Caso os cristais do teste alterem sua cor para verde, existe a indicação da presença de álcool – resultado positivo:
  1. Coloração verde até o anel central: mais de 0,1 mg/l;
  2. Se a coloração verde ultrapassar o anel central: 0,3 mg/l ou mais.
Evite que o etiloteste químico permaneça armazenado em ambiente comtemperatura maior que 40o ou que fique exposto a luz excessiva e sempre verifique a validade do teste, gravada na embalagem externa do produto.
IMG_0259000
Fonte:http://cmtgeralpmrn.com/

Para finalizar, como de praxe, um samba dos ano 70 do século passado, com Elizeth Cardoso: "Eu bebo sim..."
No caso do trânsito é sempre bom lembrar: SE BEBER NÃO DIRIJA!

À bientôt mes amis!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Um pouco de leitura variada

Saudações Caríssimos internautas!

Raramente consigo ler apenas um livro por vez, visto que às vezes a leitura fica deveras sacal!

Desta feita estou com três, a primeira comecei há um certo tempo, por indicação de um colega de trabalho e profundo conhecedor da temática do Cangaço, o historiador nato da PMRN, o Cel Ângelo. O livro nada mais é do que o célebre:


Guerreiros do Sol - Violência e Banditismo No Nordeste do Brasil
Guerreiros do Sol - Violência e Banditismo No Nordeste do Brasil
Editora: Girafa
"Guerreiros do Sol", em sua segunda edição, é um dos mais abrangentes e profundos estudo sobre o cangaceirismo, abordando o tema sob vários ângulos, que vão do seu condicionamento socioeconômico à análise do arcaísmo cultural em que seus comportamentos têm como base.
    

Como a própria ficha do livro assegura, é um dos mais interessantes e respaldados estudos sobre o cangaço da atualidade, pois não aborda apenas os seus principais personagens, mas esmiúça esse fenômeno sob os aspectos sócio-histórico-político-econômico-cultural, dente os quais o cangaço como "meio de vida, como vingança e o último como escudo étnico.

A leitura é fantástica e fundante para quem deseja conhecer um pouco História do Brasil e, alargando um pouco o entendimento, dos primórdios da (in)segurança pública no país!  

Em seguida um livro que comprei para presentear em um amigo secreto, porém gostei e acabei ficando com ele para ler, que é:

O livro joga luzes sobre fatos um tanto quanto obscuros ou que receberam tratamento acadêmico tão padronizado nas escolas Brasil afora que até hoje em dia são tratados como verdades inquestionáveis.
O autor, o jornalista Leandro Narloch, não escreveu nada muito diferente do que qualquer aluno que cursou nos últimos anos – ou está cursando – uma boa cadeira de História não tenha ouvido ou até mesmo discutido em sala de aula com os colegas e professores.


A intenção de Narloch foi reunir diversas pesquisas revisionistas e apresenta-las em um texto de fácil leitura e que realmente te prende pelas páginas. Estes trabalhos revisionistas começaram a pipocarnos meios acadêmicos em meados da década de 1990, e nada mais são do que pesquisas mais aprofundadas sobre os mais variados temas, desde o relacionamento dos nativos com os europeus lá no século XVI até as discussões sobre o que era samba e o que era jazz ou marcha no início do século XX… e, é óbvio, dentro desta discussão tentar descobrir quem realmente inventou o samba.
Fonte:http://www.historiazine.com/2011/01/resenha-o-guia-politicamente-incorreto.html

Por fim, mas não menos importante uma monografia, ainda no prelo, escrita pelo meu colega Cap Bandeira, que trata da temática da corrução policial, altamente recorrente ontem e hoje, infelizmente nas nossas rotinas das agências policiais. O título é: Corrupção policial Militar: uma análise crítico-reflexiva acerca dos fatores que fomentam este fenômeno.
De antemão já adianto que convidei o nobre colega para que possamos submeter o trabalho para publicação como artigo, na Revista Brasileira de Segurança Pública, na qual já tenho um  publicado.
Espero que tenham apreciado as dicas! E para não sair do ritmo um belo clip com Zé Ramalho!




See you soon!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Capacitação dos seguranças da UFRN

Saudações Caríssimos internautas!

A matéria que se segue faz um resumo da capacitação de parte dos Técnicos nível "D" da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (os popularmente chamados de seguranças). Nessa primeira edição participaram os Técnicos mais antigos, que atualmente desempenham o serviço de administração, coordenação e fiscalização da segurança patrimonial do Campus:



Após reunião realizada na Pró-Reitoria de Recursos Humanos, fomos convidados para juntamente com outros profissionais (Prof Dr João Dantas, sociólogo da UFRN e o Policial Militar, Pedagogo e Especialista em Segurança Pública, Vantuil Carvalho, ministrarmos um curso de capacitação para aqueles profissionais.

Justificativa do Curso

Alguns fatores contribuíram para essa capacitação, dentre os quais, a própria demanda por novos conhecimentos dentro da área específica, mas também alguns manifestações que ocorreram na própria Universidade, envolvendo alunos, invasão da Reitoria (alguns desses eventos podem ser vistos no Blog do professor Edmilson Lopes Jr, ou no Youtube) e denúncias de consumo de entorpecentes no Campus.



Interdisciplinaridade no Curso

O curso foi composto de quatro disciplinas: Direitos Humanos, Mediação e Conflitos, Resolução Pacífica de Conflitos e Conceitos Básicos de Abordagem (disciplina ministrada por este signatário com a participação do também Cap PM Joffrey Peyrac de Albuquerque).


Aula de conceitos básicos de abordagem com Cap PM Batista
Aula de conceitos básicos de abordagem com Cap PM Albuquerque
Aula de gerenciamento de crises com Sgt Pm Vantuil


Conceitos básicos de abordagem


A disciplina surge da necessidade emergente em dar suporte e embasamento à capacitação teórica e prática dos profissionais da área de Segurança Pública, considerando a exigência do contexto atual, a observância dos princípios técnicos, éticos e legais no âmbito do Estado Democrático de Direito, ao mesmo tempo em que procura resguardar a integridade física e moral desse profissional.
Consta nesta disciplina conteúdos que ampliam o leque de alternativas ao uso da força – “incluindo a solução pacífica de conflitos”–-, que possam:

  • desenvolver a percepção do profissional de Segurança Pública diante do risco em potencial do quadro apresentado; e
  • dar suportes técnicos e táticos (normas, processos, técnicas e atitudes) capazes de proporcionar o aprofundamento da metodologia específica aplicada à disciplina, com o atendimento dos aspectos legais, voltado sobretudo a atividade fim.
  • Para tanto, se faz necessário que a disciplina trabalhe de forma transversal e interdisciplinar os conteúdos específicos que oferecem subsídios técnicos, para que o profissional da área de Segurança Pública aja profissionalmente de maneira adequada no atendimento de ocorrências que exijam a aplicação da proporcionalidade do uso da força. São eles: excludente de criminalidade, dentre outras noções de direito aplicáveis ao trabalho dos profissionais de Segurança Pública; presença do profissional da área de Segurança Pública; verbalização; técnicas de submissão; controles de contato ou controle de mãos livres; táticas defensivas não letais e tiro policial defensivo. Todas essas indispensáveis para aplicação do uso legal da força.


Objetivos:


Criar condições para que o profissional da área de Segurança Pública possa:
- Ampliar conhecimentos para:
- Analisar as peculiaridades dos aspectos legais que envolvem a excludente de ilicitude, o abuso de autoridade e a desobediência.
-  Desenvolver e exercitar habilidades para:
Identificar o escalonamento do uso da força a partir de procedimentos, técnicas, táticas proporcionando ao profissional de Segurança Pública a tomada de postura adequada e proporcional à resistência e/ou agressão recebida.
· Fortalecer atitudes para:
- Priorizar a preservação da vida atuando de forma segura e de acordo com os princípios legais.
- Reconhecer o seu papel na sociedade, atuando dentro das previsões legais e aplicando a força estritamente necessária para a contenção da resistência e/ou da agressão recebida


Interdisciplinaridade no Curso

O curso foi composto de quatro disciplinas: Direitos Humanos, Mediação e Conflitos, Resolução Pacífica de Conflitos e Conceitos Básicos de Abordagem (disciplina ministrada por este signatário com a participação do também Cap PM Joffrey Peyrac de Albuquerque).

Durante a operacionalização da disciplina foram utilizadas várias metodologias, dentre as quais, o estudo de casos, sendo trabalhado em sala um vídeo que mostra uma ocorrência envolvendo um estudante da USP e policiais da PM de São Paulo, que segue logo abaixo:


Por ocasião do enceramento foram realizadas duas aulas práticas, sendo a primeira mostrando algumas técnicas de abordagem que se inicia com a verbalização, podendo ser resolvida nesse estágio ou empregando outras técnicas, conforme registro fotográfico abaixo:
Aula (prática) de conceitos básicos de abordagem com os Capitães PM Batista e Albuquerque, respectivamente. 










Por ocasião da conclusão da disciplina foi realizado um simulado através de uma manifestação de alunos, em que os seguranças colocaram em prática os conhecimentos adquiridos em todas as disciplinas, buscando resolver de forma pacífica a crise "fictícia" que foi gerada pelos professores, em que a resolução, necessariamente, deveria passar pela preservação dos DH, técnicas pacíficas de resolução de conflitos, mas também, não poderiam deixar de cumprir os ordenamentos jurídicos, atendendo aos princípios técnicos, éticos e legais.




Por fim, ao término do curso os Técnicos concluintes promoveram uma confraternização entre eles e o corpo docente:
Confraternização ao final do da disciplina de abordagem e do curso


Confraternização ao final do da disciplina de abordagem e do curso
O curso foi um plano piloto e esperamos dentro em breve operacionalizar novas edições!

A bientôt mes amis!